Há uma semana do Discipulado Mensal e que para maior glória de Deus, aconteceu
na Festa da Assunção de Nossa Senhora, discípula santa e fiel, iniciamos o ano
6º de Unidade e Fortalecimento do DJC como um só tronco e com o objetivo
de direcionar os discípulos de Opção Fundamental em diante para viver a
vocação DJC como movimento da Palavra de Deus. Por isto, o tema que iluminará
todo este ano é: “Santificados pela Palavra” (Jo 17, 17), para vivermos em
profundidade nossa vocação e missão como movimento da Palavra, santificados e
transformados, ser Sal e Luz do mundo e desta perfeita união com a Trindade
Santa, outros tantos que nos serão confiados, sejam conosco um só corpo, um só
coração, um só DJC.
Na ocasião deste grande encontro, foi evidente como o Senhor, que nos
chama a sermos santos (vocação universal do cristão), nos cumulou de grandes
graças e nos fez compreender que somente na sua Palavra que é Verdade e Vida, podemos
ter nossos passos conduzidos para uma experiência
transformadora, tanto no que se refere a nossa caminhada pessoal, comunitária, como
na transformação deste mundo, na evangelização de tantos irmãos, por nosso
testemunho de quem ama e vive a Palavra , pois é claro que não há vocação que
se sustente sem a Palavra de Deus!
Em vista de crescermos mais
ainda no Objetivo do DJC, iniciaremos a partir desta publicação, um estudo
formativo com a exortação Apostólica Gaudete
Et Exsultare do santo Padre Francisco- Sobre
a chamada à santidade no mundo atual. Ressalto porém, que este não substitui o Curso
bíblico e nem é de caráter obrigatório mas, um convite em crescermos para ser e
formar discípulos missionários no Caminho da Palavra de Deus, santificados e movidos
por Ela.
”A CHAMADA À SANTIDADE
Na Carta aos Hebreus, mencionam-se várias testemunhas que nos
encorajam a «correr com perseverança a prova que nos é proposta» (12, 1):
fala-se de Abraão, Sara, Moisés, Gedeão e vários outros (cf. cap. 11). Mas,
sobretudo somos convidados a reconhecer-nos «circundados de tal nuvem de
testemunhas» (12, 1), que incitam a não deter-nos no caminho, que nos estimulam
a continuar a correr para a meta. E, entre tais testemunhas, podem estar a
nossa própria mãe, uma avó ou outras pessoas próximas de nós (cf. 2 Tm 1, 5). A
sua vida talvez não tenha sido sempre perfeita, mas, mesmo no meio de
imperfeições e quedas, continuaram a caminhar e agradaram ao Senhor.
Os santos, que já chegaram à presença de Deus, mantêm conosco laços de
amor e comunhão. Atesta-o o livro do Apocalipse, quando fala dos mártires
intercessores: «Vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos, por
causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. E clamavam em
alta voz: “Tu, que és o Poderoso, o Santo, o Verdadeiro! Até quando esperarás
para julgar?”» (6, 9-10). Podemos dizer que «estamos circundados, conduzidos e
guiados pelos amigos de Deus. (...) Não devo carregar sozinho o que, na
realidade, nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos santos de Deus
protegem-me, amparam-me e guiam-me».[1]
Nos processos de beatificação e canonização, tomam-se em consideração
os sinais de heroicidade na prática das virtudes, o sacrifício da vida no
martírio e também os casos em que se verificou um oferecimento da própria vida
pelos outros, mantido até à morte. Esta doação manifesta uma imitação exemplar
de Cristo, e é digna da admiração dos fiéis.[2] Lembremos, por exemplo, a Beata
Maria Gabriela Sagheddu, que ofereceu a sua vida pela unidade dos cristãos.
Não pensemos apenas em quantos já estão beatificados ou canonizados. O
Espírito Santo derrama a santidade, por toda a parte, no santo povo fiel de
Deus, porque «aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não
individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em
povo que O conhecesse na verdade e O servisse santamente».[3] O Senhor, na
história da salvação, salvou um povo. Não há identidade plena, sem pertença a
um povo. Por isso, ninguém se salva sozinho, como indivíduo isolado, mas Deus
atrai-nos tendo em conta a complexa rede de relações interpessoais que se
estabelecem na comunidade humana: Deus quis entrar numa dinâmica popular, na
dinâmica dum povo.
Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam
os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de
trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a
sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade
da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade «ao pé da porta», daqueles
que vivem perto 7 SOBRE A CHAMADA À SANTIDADE NO MUNDO ATUAL de nós e são um
reflexo da presença de Deus, ou – por outras palavras – da «classe média da
santidade».[4]
Deixemo-nos estimular pelos sinais de santidade que o Senhor nos
apresenta através dos membros mais humildes deste povo que «participam também
da função profética de Cristo, difundindo o seu testemunho vivo, sobretudo pela
vida de fé e de caridade».[5] Como nos sugere Santa Teresa Benedita da Cruz,
pensemos que é através de muitos deles que se constrói a verdadeira história:
«Na noite mais escura, surgem os maiores profetas e os santos. Todavia a
corrente vivificante da vida mística permanece invisível. Certamente, os
eventos decisivos da história do mundo foram essencialmente influenciados por
almas sobre as quais nada se diz nos livros de história. E saber quais sejam as
almas a quem devemos agradecer os acontecimentos decisivos da nossa vida
pessoal, é algo que só conheceremos no dia em que tudo o está oculto for
revelado».[6] “
(Trechos da Gaudete Et Exsultare)
Vemos, por este documento, a comunhão do DJC com a Santa Mae Igreja. E
exultamos a Deus por esta dádiva, uma vez que nos chamou a ser uma vocação
de amor na Sua Igreja. E na próxima postagem, continuaremos com o
estudo do referido Documento.
Leila Lemos
Assistente Geral das Vocações