domingo, 26 de agosto de 2018

"Sede santos, porque eu sou santo!"


Há uma semana do Discipulado Mensal e que para maior glória de Deus, aconteceu na Festa da Assunção de Nossa Senhora, discípula santa e fiel, iniciamos o ano 6º de Unidade e Fortalecimento do DJC como um só tronco e  com o objetivo  de direcionar os discípulos de Opção Fundamental em diante para viver a vocação DJC como movimento da Palavra de Deus. Por isto, o tema que iluminará todo este ano é: “Santificados pela Palavra” (Jo 17, 17), para vivermos em profundidade nossa vocação e missão como movimento da Palavra, santificados e transformados, ser Sal e Luz do mundo e desta perfeita união com a Trindade Santa, outros tantos que nos serão confiados, sejam conosco um só corpo, um só coração, um só DJC.

Na ocasião deste grande encontro, foi evidente como o Senhor, que nos chama a sermos santos (vocação universal do cristão), nos cumulou de grandes graças e nos fez compreender que somente na sua Palavra que é Verdade e Vida, podemos ter nossos passos conduzidos  para uma experiência transformadora, tanto no que se refere a nossa caminhada pessoal, comunitária, como na transformação deste mundo, na evangelização de tantos irmãos, por nosso testemunho de quem ama e vive a Palavra , pois é claro que não há vocação que se sustente sem a Palavra de Deus!

 Em vista de crescermos mais ainda no Objetivo do DJC, iniciaremos a partir desta publicação, um estudo formativo com a exortação Apostólica Gaudete Et Exsultare do santo Padre Francisco- Sobre a chamada à santidade no mundo atual.  Ressalto porém, que este não substitui o Curso bíblico e nem é de caráter obrigatório mas, um convite em crescermos para ser e formar discípulos missionários no Caminho da Palavra de Deus, santificados e movidos por Ela.


”A CHAMADA À SANTIDADE

Na Carta aos Hebreus, mencionam-se várias testemunhas que nos encorajam a «correr com perseverança a prova que nos é proposta» (12, 1): fala-se de Abraão, Sara, Moisés, Gedeão e vários outros (cf. cap. 11). Mas, sobretudo somos convidados a reconhecer-nos «circundados de tal nuvem de testemunhas» (12, 1), que incitam a não deter-nos no caminho, que nos estimulam a continuar a correr para a meta. E, entre tais testemunhas, podem estar a nossa própria mãe, uma avó ou outras pessoas próximas de nós (cf. 2 Tm 1, 5). A sua vida talvez não tenha sido sempre perfeita, mas, mesmo no meio de imperfeições e quedas, continuaram a caminhar e agradaram ao Senhor.

Os santos, que já chegaram à presença de Deus, mantêm conosco laços de amor e comunhão. Atesta-o o livro do Apocalipse, quando fala dos mártires intercessores: «Vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos, por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. E clamavam em alta voz: “Tu, que és o Poderoso, o Santo, o Verdadeiro! Até quando esperarás para julgar?”» (6, 9-10). Podemos dizer que «estamos circundados, conduzidos e guiados pelos amigos de Deus. (...) Não devo carregar sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me».[1]

Nos processos de beatificação e canonização, tomam-se em consideração os sinais de heroicidade na prática das virtudes, o sacrifício da vida no martírio e também os casos em que se verificou um oferecimento da própria vida pelos outros, mantido até à morte. Esta doação manifesta uma imitação exemplar de Cristo, e é digna da admiração dos fiéis.[2] Lembremos, por exemplo, a Beata Maria Gabriela Sagheddu, que ofereceu a sua vida pela unidade dos cristãos.

Não pensemos apenas em quantos já estão beatificados ou canonizados. O Espírito Santo derrama a santidade, por toda a parte, no santo povo fiel de Deus, porque «aprouve a Deus salvar e santificar os homens, não individualmente, excluída qualquer ligação entre eles, mas constituindo-os em povo que O conhecesse na verdade e O servisse santamente».[3] O Senhor, na história da salvação, salvou um povo. Não há identidade plena, sem pertença a um povo. Por isso, ninguém se salva sozinho, como indivíduo isolado, mas Deus atrai-nos tendo em conta a complexa rede de relações interpessoais que se estabelecem na comunidade humana: Deus quis entrar numa dinâmica popular, na dinâmica dum povo.

Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade «ao pé da porta», daqueles que vivem perto 7 SOBRE A CHAMADA À SANTIDADE NO MUNDO ATUAL de nós e são um reflexo da presença de Deus, ou – por outras palavras – da «classe média da santidade».[4]

Deixemo-nos estimular pelos sinais de santidade que o Senhor nos apresenta através dos membros mais humildes deste povo que «participam também da função profética de Cristo, difundindo o seu testemunho vivo, sobretudo pela vida de fé e de caridade».[5] Como nos sugere Santa Teresa Benedita da Cruz, pensemos que é através de muitos deles que se constrói a verdadeira história: «Na noite mais escura, surgem os maiores profetas e os santos. Todavia a corrente vivificante da vida mística permanece invisível. Certamente, os eventos decisivos da história do mundo foram essencialmente influenciados por almas sobre as quais nada se diz nos livros de história. E saber quais sejam as almas a quem devemos agradecer os acontecimentos decisivos da nossa vida pessoal, é algo que só conheceremos no dia em que tudo o está oculto for revelado».[6] “
                                                                                                           (Trechos da Gaudete Et Exsultare)

Vemos, por este documento, a comunhão do DJC com a Santa Mae Igreja. E exultamos a Deus por esta dádiva, uma vez que nos chamou a ser uma vocação de amor na Sua Igreja. E na próxima postagem, continuaremos com o estudo do referido Documento.

Leila Lemos
Assistente Geral das Vocações
                                                                    

Santificados na Palavra!